Geração de energia solar país cresceu 83% em um ano*
No começo deste ano a energia solar fotovoltaica se tornou a segunda maior fonte da matriz elétrica do Brasil ao alcançar a marca de 27,8 gigawatts (GW) de potência instalada operacional (PIO), superando a eólica, com 26,2 GW, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A matriz fica atrás apenas das fontes hidrelétricas, que ainda respondem por 51,3% da eletricidade gerada no país, com PIO de 109 GW. Atualmente, a capacidade instalada de energia fotovoltaica no Brasil já chega a 26 GW. No último ano, o crescimento desse tipo de matriz foi de 83% em um ano, conforme a Absolar. Desde julho do ano passado, o crescimento médio da fonte solar tem sido de 1 GW por mês.
Uma grande parte desse avanço do uso da energia solar no Brasil tem partido da alta adesão de produtores rurais a essa matriz energética. Estados como a Bahia, que hoje é o sétimo em potência instalada operando, têm avançado na geração desse tipo de energia. São 1,3 GW de potência outorgada no mercado regular e livre de geração de energia. Atento a esse potencial, recentemente o Grupo Pivot ampliou sua atuação no oeste baiano, onde desde maio de 2019 a empresa, que é líder nacional na comercialização de sistema de irrigação e maquinário agrícola, possui uma unidade no município de Luís Eduardo Magalhães. Frente a essa crescente demanda por energia solar no campo, a empresa há pouco mais de dois anos ampliou seu portfólio de negócios, incluindo a comercialização de sistemas de geração de energia fotovoltaica.
Crescimento
Para o engenheiro eletricista e gerente geral de negócios de energia solar da Pivot, Leonardo Gadia, o grande crescimento da energia solar na Bahia se dá devido ao gargalo em outras matrizes energéticas disponíveis no estado. “Quando o produtor possui usina fotovoltaica conectada na rede, primeiro ele consome a energia dela e pega da rede somente o restante da energia que precisa. Existem aplicações para pivôs que não podem parar a operação (missão crítica) e para bombeamentos desconectados da rede que funcionam enquanto tem incidência de luminosidade, sem a obrigação de funcionar ininterruptamente”, diz.
Gadia também chama a atenção para a localização geográfica privilegiada da Bahia, mais próxima à Linha do Equador. “Isso faz com que o estado tenha uma incidência de luminosidade solar maior que em Goiás, por exemplo, o que permite que a mesma usina fotovoltaica gera mais kwh na Bahia do que em outros lugares”, explica.
Para aproveitar esse potencial natural da região, o Governo do Estado da Bahia pretende publicar um decreto para regulamentar uma política de incentivo ao uso de energia solar na Bahia. A medida deverá atrair novos investimentos, gerar mais empregos e rendas e abrir mais oportunidades de negócios no território baiano. O decreto anunciado vai regulamentar a Lei Estadual 13.914, de 2018, e instituir a Política Estadual de Incentivo à Geração e Aproveitamento de Energia Solar Fotovoltaica no Estado da Bahia.
Energia Solar é o futuro
Além da questão da sustentabilidade e por ser uma alternativa para regiões que não têm uma rede eficiente de distribuição de eletricidade, a energia solar tem atraído o interesse de muitos produtores pela forte redução no custo desse tipo de matriz energética. Para se ter uma ideia, em 2013, quando o uso da energia fotovoltaica começou a ser regulado no país, o custo médio de cada MWh era de US 103,00, caindo em 2022 para U$ 32,34. cada MWh. Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Ministério das Minas e Energia (MME). “O produtor rural que está bem informado sabe que a produção de energia será um grande aliado na melhoria de suas margens de lucro, pois energia solar é custo de energia cortado na raiz”, destaca.
A projeção da Absolar é de que haja um crescimento de 42% na capacidade da energia solar fotovoltaica para 2023. A estimativa de crescimento mostra que o setor deve atingir a marca dos 34 gigawatts até o próximo ano, tendo a maior parte de sua capacidade proveniente de sistema de geração distribuída, ou seja, sistemas instalados em telhados de residências e pequenos negócios, que injetam créditos na rede da concessionária.