
Queda nas exportações de carne bovina acende alerta no Agro – Soja e milho ganham protagonismo
Nos últimos dias, o setor agropecuário brasileiro foi surpreendido por uma forte queda nas exportações de carne bovina para os Estados Unidos: uma retração de cerca de 80% em apenas três meses, segundo dados do mercado (Revista Oeste). Essa movimentação reforça a necessidade de atenção do setor à diversificação de mercados e produtos.
Enquanto a carne sofre com a perda de fôlego no comércio exterior, as culturas de soja e milho continuam a sustentar o crescimento do agronegócio na região Centro-Oeste, mantendo sua importância como pilares da economia agrícola brasileira.
Queda nas exportações de carne: impacto imediato
A retração nas exportações para os EUA, um dos mercados mais exigentes e lucrativos, trouxe apreensão para produtores e frigoríficos. Essa queda se deve a excesso de oferta norte-americana, questões sanitárias e mudanças de política comercial, e pode ter efeitos em cadeia, como:
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Redução na remuneração dos pecuaristas
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Aumento na oferta interna, pressionando preços
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Diminuição no volume de abates em frigoríficos regionais
Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, grandes produtores de carne bovina, devem sentir o impacto de forma mais direta.
Soja: produção recorde e foco em exportações
Apesar da queda na carne, a soja segue como a grande protagonista do agronegócio nacional, especialmente no Centro-Oeste, que responde por quase 50% da produção nacional. Em 2025, o Brasil deve produzir mais de 160 milhões de toneladas de soja, segundo estimativas da Conab, com destaque para:
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Mato Grosso: maior produtor nacional, com produtividade crescente e uso intensivo de tecnologias de plantio direto e rotação de culturas
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Goiás e MS: forte crescimento em áreas de produção e investimentos em armazenagem e transporte
Além da China, a soja brasileira tem ampliado presença em mercados como Indonésia, Paquistão e União Europeia.
Milho: segundo ciclo impulsiona safra
A cultura do milho também segue em expansão. Com o sucesso da safrinha (segunda safra), o Brasil consolida-se como o segundo maior exportador mundial de milho, atrás apenas dos EUA.
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Em 2025, a estimativa é de produção superior a 120 milhões de toneladas, com forte concentração no Centro-Oeste
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O milho brasileiro é essencial para abastecimento de ração animal, bioenergia (etanol de milho) e exportações
Mato Grosso lidera também essa produção, sendo responsável por mais de 30% do milho colhido no país.
Diversificação é o caminho
A recente queda na exportação de carne bovina ressalta a importância da diversificação na produção e comercialização agropecuária. O sucesso da soja e do milho mostra que o setor segue resiliente e adaptável. O produtor que investe em:
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Tecnologia no campo
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Gestão de riscos climáticos
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Logística eficiente
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Certificações internacionais
tem mais chances de manter sua competitividade mesmo em cenários adversos.
Fontes:
Revista Oeste. Exportações de carne bovina para o EUA caem 80%
Conab – Companhia Nacional de Abastecimento. Boletins Safra 2025
IBGE – Produção Agrícola Municipal 2025